ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Artigo: “A escatologia da ciência por novos céus e nova terra”

A ciência não é tímida para afirmar que a marcha de devastação da natureza pode comprometer toda a vida na Terra. Enquanto essa voz é pouca ouvida, astrônomos reviram o Universo à procura de habitabilidade e surpreendem-se a cada dia com as descobertas do telescópio James Webb.      Pelos estudos atuais, a ciência sabe que o Sol é uma estrela de terceira geração. Isto significa que por duas ocasiões esse astro já “morreu”. Por sua vez, a Terra tem cerca de metade da idade do astro-rei, isto é, 4,5 bilhões de anos. E o que tem sucedido ao nosso planeta em dimensão tão grandiosa?     Evidências comprovam que a Terra já passou por várias destruições e reconstruções.  Depois que o planeta consolidou-se, eventos astronômicos devastaram este mundo, em algumas ocasiões aniquilando a vida presente, por exemplo há 65 milhões de anos com um poderoso meteoro que atingiu a península do Yucatán, México. Segundo registros gravados na própria Terra, incluindo sua atmosfera, sabemos que esses cataclismos vieram pelo gelo ou pelo fogo.      A expectativa de novos céus e nova terra é algo rotineiro em matéria de Universo. Quando uma estrela morre, morrem também todos os planetas que a orbitem. A estrela reconfigura-se e, com ela, tudo sob sua influência é afetado. No caso da Terra, o planeta não precisaria esperar a morte do Sol para vivenciar esse ocaso: eventos exógenos do tráfego celeste podem apressar esse desfecho, a exemplo dos citados meteoros. Hoje, convivemos com a iminente morte de Betelgeuse, uma estrela gigante vermelha milhares de vezes maior do que o Sol, localizada a poucos anos-luz de distância. Sua explosão em Supernova fará com que brilhe muitos dias no céu, não representando risco à vida na Terra, porém, não deixando de causar certas perturbações.     A corrida espacial, como nunca se viu, parece prenunciar o vindouro caos. Bilionários investem pesado à procura de outros rincões no Universo, habitáveis ou semi-habitáveis. Em se tratando do espírito do capitalismo, acredito que isto não busca apenas lucros em tour espacial, penso que existe um elaborado plano de fuga, senão para hoje, não muito depois.     A ciência espera por novos céus e nova terra, sabe que mais cedo ou mais tarde o planeta reiniciará seu ciclo. Sabe, porém, que no tocante à vida, os dias se abreviam depressa aqui. Não precisamos recorrer a outras fontes do conhecimento para refletir sobre esta grande verdade. 

Rui Raiol é escritor

Publicado no jornal O Liberal em 30/5/2023

E-mail ruiraiol@gmail.com