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Artigo: “CADÊ A SEGUNDA DOSE?”

 Esperei muito tempo para ser vacinado. Finalmente, chegou a minha vez por questões de saúde. Porém, se soubesse que eu estava caindo numa armadilha, eu poderia ter esperado a vacinação para minha idade.

              Vigiense, com endereço fixo na cidade, fui vacinado com a CoronaVac em 26 de abril. A atendente marcou a data de 30 dias para que eu retornasse à segunda da dose. E foi assim que, no dia 26 de maio, eu estava rente à unidade de saúde onde me vacinei. Mas, para minha decepção, não havia vacina nem previsão de chegada. O que aconteceu? Não reservaram a outra metade da vacina? Não seria isto o correto do ponto de vista profilático? Não é o fracionamento apenas um mecanismo para conter reações que podem ser graves para alguns?

              Preocupado com a situação, recorri à SESMA, em Belém, que tem um formulário próprio para casos semelhantes, quando a vacina não é encontrada no local de origem. Infelizmente, não foi me dado nenhum número de protocolo do requerido. Decorridos dias, nenhuma resposta também da secretaria.

              Eu acredito que a minha situação é semelhante à de muitos, que, confiados no governo, submeteram-se a certo tipo de vacina, agora em falta. A grande questão é que existe vacina disponível, mas não do mesmo tipo aplicada, não sendo recomendável divergir da primeira dose. No meu caso, como disse, foi a CoronaVac. Agora estou preso nessa situação.

              O Brasil, que já foi internacionalmente reconhecido pelas campanhas exitosas de vacinação, erradicando doenças gravíssimas, como a febre amarela e a poliomielite, virou escândalo mundial pela falta de interesse presidencial em cuidar da saúde do povo.

              Caminhamos para a triste cifra de 500.000 mortos. A cada dia, novos casos, mais óbitos. A cada dia, políticos que deveriam ser responsáveis por esta situação, digladiam-se pelo poder em atos rixosos e provocativos que torram o orçamento público à custa da desgraça da população.

Hoje, eu quero em nome próprio (Ruivaldo Raiol Pereira) e em nome de tantos outros que certamente esperam uma segunda dose da CoronaVac, solicitar que esta seja disponibilizada quanto antes ao povo. Compreendemos que a cada dia sem a vacina, perdemos a eficácia do seu conteúdo profilático.

Reconhecemos quanto deve ser difícil a estados e municípios o esforço de atender o povo quando não existe um comando nacional em prol da vacinação. Mas, graças a Deus pela vida de governadores e prefeitos que têm trabalhado para esse fim.

De minha parte e, certamente de tantos outros, eu quero receber a segunda dose da vacina porque esta história está nos trazendo muitos prejuízos, inclusive o prejuízo de outras imunizações, a exemplo da  influenza, haja vista o intervalo que deve haver entre essas imunizações.

Rui Raiol é escritor.

Publicado no jornal O Liberal em 15/06/2021

(e-mail: ruiraiol@gmail.com)